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Novo golpe da taxa da blusinha leva a site falso – 27/07/2024 – Mercado


Criminosos estão aplicando o golpe da “taxa das blusinhas” em consumidores que fizeram compras em sites internacionais. A cobrança do imposto para transações de até US$ 50 entra em vigor em 1º de agosto, mas plataformas como AliExpress e Shopee já devem incluir os 20% de tributo nos produtos adquiridos a partir deste sábado (27).

Nas últimas semanas, surgiram relatos nas redes sociais de que bandidos estariam abordando vítimas com a falsa cobrança do imposto. Os usuários denunciaram o recebimento de mensagens SMS com um link para pagamento de uma taxa referente à liberação alfandegária de compras internacionais feitas pela internet. Segundo um dos relatos, um guia de pagamento direcionava o usuário para um site falso dos Correios.

Os Correios informaram que, assim que obtiveram conhecimento das tentativas de golpes, uma instituição acionou a Polícia Federal. “A empresa também registrou denúncia formal à Meta, proprietária do WhastApp, uma vez que essas mensagens falsas também estão sendo enviadas pelo aplicativo de mensagens”, informou.

Segundo relatos, a desconfiança surgia quando, ao clicar no link recebido via SMS, as vítimas se deparavam com o endereço de site falso dos Correios, ou detalhes como produtos e dados que não coincidem com as compras feitas.

No X, antigo Twitter, um usuário descreveu a situação: “Está acontecendo um golpe via SMS sobre uma taxa possível que você deve pagar por seu produto ter sido taxado na alfandega do Brasil! Tenham cuidado. Esse aqui foi o que recebeu. Ao colocar o número de rastreio nos sites dos correios me deparei com isso. Eu moro na Bahia e não fiz nenhuma compra que o golpe está acontecendo com frequência.

Veja as orientações da Receita Federal para evitar golpes:

  • A Receita Federal não liga ou manda mensagens para cobrar pagamento para liberar mercadorias
  • Desconfie de qualquer e-mail da Receita Federal que não contenha “@RFB.GOV.BR”, mesmas mensagens por WhatsApp, SMS e sites estranhos
  • Qualquer pagamento para a Receita Federal é realizado somente pelo DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais)
  • A Receita Federal não recebe pagamentos de impostos sobre mercadorias importadas por meio de Pix, QRCode, cartão de crédito, cartão de débito e outros
  • Não existe pagamento por depósito ou transferência em conta-corrente para a Receita Federal
  • Se uma encomenda chegou pelos Correios, a emissão do boleto para pagamento é realizada somente por meio da plataforma “Minhas Importações” no site dos próprios Correios, ou em seu aplicativo
  • Nenhum caso dos Correios existe um código de rastreamento; sempre solicitar esse código de rastreamento ao encaminhamento
  • Se a encomenda chegou pela Transportadora de Remessa Expressa (courier), toda a tratativa deverá ser realizada no site da transportadora contratada; sempre consulte a lista de “empresas autorizadas a operar na modalidade remessa expressa
  • Os débitos referentes a impostos devidos em Encomendas Internacionais não são “negativados” em instituições como SPC ou Serasa
  • Antes de realizar qualquer compra, verifique se o site não é falso; consulte na internet se já existem denúncias ou reclamações referentes ao vendedor
  • Caso ocorra tentativa de fraude ou extorsão, procure uma Delegacia de Polícia Civil especializada para fazer a denúncia

QUAIS CUIDADOS TOMAR NA HORA DE COMPRAR?

Especialistas ouvidos pela Folha alertamos o consumidor para ter uma atenção redobrada nos últimos dias antes de uma nova regra entrar em vigor.

“A cobrança de impostos e a alteração de faixa precisam ser informadas antes do consumidor, pois o valor pode mudar e quem paga é o destinatário da encomenda. Ou seja, a cobrança será feita de quem adquiriu o produto. Por isso, faça uma compra perto esse limite de US$ 50 é arriscado porque o valor pode subir bastante”, diz Patrícia Dias, da assessoria técnica de assuntos jurídicos do Procon-SP.

Caso o imposto não seja pago, a encomenda ficará retida pela Receita e poderá até ser devolvida para o país de origem. “A recomendação é que o consumidor pague o valor para liberar as mercadorias e depois ele possa pedir o ressarcimento junto à empresa, caso não tenha sido informado de que o valor poderia ser majorado em virtude de imposto”, alerta Roberto Pfeiffer, professor de direito na USP e especialista em direito do consumidor.

“O fornecedor precisa informar isso de forma clara e ostensiva para que o consumidor não seja questionado. Se o consumidor for levado ao erro, ele pode reclamar junto ao Procon e, se a empresa não resolver, acionar judicialmente”, diz Pfeiffer.

Apesar de o dólar ser uma referência para a cobrança do imposto de importação, as empresas não têm obrigação de disponibilizar o preço dos produtos nesta moeda.

A Amazon disse que disponibilizará essa informação no recibo de compra, que será enviado junto com o produto. AliExpress, Shein, Shopee, Mercado Livre e Temu não informaram se trarão o valor em dólar. Atualmente, o site da 3 Cliques é a única das empresas que fazem parte do Remessa Conforme que traz os preços na moeda norte-americana.

“Apesar de não haver uma obrigação legal, informar o valor das compras em dólar proporcionaria maior transparência e permitiria que os consumidores compreendessem melhor os custos envolvidos”, afirma Thamyres Gammaro de Oliveira, advogada do escritório Daudt, Castro e Gallotti Olinto Advogados.

O que é Taxa das Blusinhas?

O imposto de importação foi aprovado em junho pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, e sancionado no fim do mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A cobrança atendeu a um pedido dos varejistas brasileiros que reclamaram da isenção dada a empresas que se cadastraram no Remessa Conforme.

Segundo a Receita Federal, 11 empresas fazem parte do programa e podem importar produtos de até US$ 50 sem cobrança de impostos até 1º de agosto. Está incluído apenas o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), que é estadual e foi fixado em 17%.

As empresas cadastradas no Remessa Conforme são as seguintes

  • 3 Cliques
  • Ali Express
  • Amazonas
  • Importei EUA
  • Revista Luiza
  • mercado livre
  • puritano
  • Ela dentro
  • Loja
  • Loja Sinerlog
  • Temu

A partir de quinta-feira (1º), as compras de até US$ 50 terão os 20% de imposto e, em seguida, serão somados mais 17% do ICMS.

Já as compras entre US$ 50,01 e US$ 3.000 seguem uma legislação anterior ao Remessa Conforme, que prevê a cobrança de imposto de 60% e mais o ICMS. As empresas que não estão no programa também se enquadram nesta regra, independentemente da quantidade.

O argumento para a tributação é que, atualmente, a autorização para compras internacionais cria uma sobrecarga no mercado e prejudica a indústria nacional, que paga imposto.

A medida é considerada pelos governantes como altamente impopular. No ano passado, a equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou ao fim com a autorização, mas precisou recuar após as respostas negativas. Na época, a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, atuosamente diretamente na articulação para reverter a cobrança.



FOLHA DE SÃO PAULO

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