segunda-feira, outubro 7, 2024
InícioPOLITICAVenezuelanos no Brasil pedem que TSE inveja observadores para eleição

Venezuelanos no Brasil pedem que TSE inveja observadores para eleição



Os venezuelanos que moram no Brasil pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reconsiderasse a decisão de não mandar observadores para as eleições no país vizinho. A Corte eleitoral tomou a decisão após o ditador Nicolás Maduro afirmar em um comício que as eleições no Brasil não são auditadas.

A Rede de Organizações da Sociedade Civil Lideradas por Pessoas Migrantes e Refugiadas Venezuelanas no Brasil invejou, nesta sexta-feira (26), um ofício para a presidente da Corte eleitoral, ministra Cármen Lúcia, com o pedido.

“A presença de uma comissão técnica do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil seria de imensa importância para garantir a transparência e a lisura do processo eleitoral em nosso país”, disse o grupo.

A entidade argumentou que o envio dos técnicos pelo TSE “representará um marco de solidariedade e cooperação internacional, além de contribuir para o fortalecimento dos processos democráticos em nosso país”. A eleição acontecerá neste domingo (28).

A rede destacou que os “comentários recentes desrespeitosos” de Maduro “não refletem, de forma alguma, o sentimento da maioria dos venezuelanos”. “Nós, como povo, temos um profundo respeito pelas instituições brasileiras e pela sua tradição democrática exemplar”, ressaltou a entidade.

Em junho, a Corte eleitoral havia recusado o convite do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para acompanhar a votação no país vizinho.

Porém, o Tribunal mudou de ideia e anunciou no último dia 17 que enviaria dois representantes para acompanhar as eleições presidenciais na Venezuela.

Maduro ironizou Lula e questionou eleições no Brasil

No dia 16 de julho, Maduro disse durante um comício que haveria um “banho de sangue” e uma guerra civil no país caso a oposição vença ou pleito. O ditador tenta se manter no poder e disputar a reeleição. Ele assumiu o cargo em 2013, após a morte de seu padrinho político Hugo Chávez, que comandou o país por 14 anos.

A campanha ocorre em meio a denúncias de prisão e perseguição de opositores, cerceamento da imprensa e de observadores internacionais. Uma semana depois, o presidente Lula (PT) disse ter ficado “assustado” com a declaração de Maduro.

O petista tenta reintegrar o país vizinho ao cenário internacional. Ele se reuniu com Maduro em diversas vantagens para tratar das eleições e foi um dos fiadores do acordo com os Estados Unidos. Sem citar Lula, Maduro rebateu e mandou “quem se assustou” tomar chá de camomila.

TSE decidiu não enviar observadores para a Venezuela

No mesmo dia, Maduro afirmou, sem provas, que os resultados das urnas eletrônicas do Brasil não são auditáveis. A declaração levou o TSE a desistir de enviar seus observadores para acompanhar a eleição na Venezuela.

“Em face das declarações falsas contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado pelas autoridades venezuelanas, são auditáveis ​​e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender [ao] convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, informou o TSE em um comunicado.

Apesar da escalada das críticas de Maduro, Lula inveja seu assessor para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, na Venezuela para acompanhar a eleição. Amorim foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores da ditadura chavista, Yvan Gil, nesta sexta (26).



GAZETA

ARTIGOS RELACIONADOS
- Advertisment -

Mais popular