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BC deve manter a Selic estável na quarta, mas você deve aproveitar para elevar este ativo em sua carteira – 27/07/2024 – De Grão em Grão


Na próxima quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deverá manter a taxa básica da economia estável em 10,5% ao ano. Esta será a segunda reunião consecutiva do BC em 2024 sem alteração da taxa Selic. Apesar da estabilidade esperada, há uma variação nos preços de mercado que podem ser aproveitados em seu benefício.

O gráfico abaixo mostra a trajetória da taxa Selic e do IPCA (inflação) desde 2000. É importante notar que os eixos de cada indicador são distintos no gráfico: o eixo da esquerda mede o IPCA e o da direita, a Selic.

Perceba que a linha branca (Selic) e a linha laranja (IPCA) andam em compasso semelhante. Quando o IPCA sobe, a Selic também sobe, e vice-versa. Portanto, só deveríamos esperar uma nova alta da taxa Selic se a inflação voltasse a subir.

No entanto, esta situação de IPCA mais alta não parece ser a mais provável neste momento. As últimas divulgações deste indicador e a projeção para o ano apontam para um IPCA ao redor de 4% em 2024. Este número é impressionante, pois no fim de 2023, o relatório Focus indicava que os economistas esperavam um IPCA de 3,9% para 2024 , mas a tragédia ocorrida no Sul fez com que muitos revisem a estimativa para cima.

Para 2025, a expectativa no fim de 2023 era de que o IPCA seria de 3,5%, subindo levemente para 3,9% no último levantamento do relatório Focus, que aponta a média das expectativas dos economistas.

Uma inflação próxima de 4% ao ano está dentro da faixa objetivo do BC, que é de 3% ao ano, podendo variar mais ou menos 1,5%. Portanto, parece provável que o BC precise subir a taxa Selic.

Entretanto, os contratos de taxas de juros negociados na B3, a Bolsa de Valores brasileira, indicam que as taxas de juros deverão subir quase 2% nos próximos 12 meses. Ou seja, a Selic estaria em 12,5% em julho de 2025. No final do ano passado, esses mesmos contratos apontavam que a Selic estaria em 9% no mesmo momento.

O mercado costuma reagir de forma exagerada, tanto de maneira otimista quanto pessimista. Com um IPCA de 4% ao ano, é mais provável que os movimentos futuros da taxa Selic sejam para baixo, e não para cima.

Esse movimento para baixo, entretanto, não deve ocorrer antes que o FED, o Banco Central americano, inicie o ciclo de redução da taxa básica americana, conhecido como Fed Funds. Espera-se que este movimento se inicie no quarto trimestre deste ano.

Neste momento, o estresse nas taxas de juros que mencionei acima fez com que os títulos prefixados e referenciados ao IPCA negociassem com taxas mais elevadas do que quando a Selic estava no seu topo.

O gráfico acima mostra, na linha amarela, a taxa de juros referenciada ao IPCA de títulos públicos. Perceba que as taxas são tão elevadas quanto aos máximos atingidos em 2015 e em 2023.

Portanto, o momento sugere que aumentar a exposição em títulos ou fundos de renda fixados referenciados ao IPCA e prefixados se mostra uma boa oportunidade para horizontes de médio e longo prazo.

Michael Viriato é avaliador de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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FOLHA DE SÃO PAULO

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