Nesta ilustração fotográfica, garrafas de cerveja Heineken são exibidas em 31 de julho de 2023 em San Anselmo, Califórnia.
Justin Sullivan | Getty Images
As ações da Heineken abriram quase 7% mais baixas na segunda-feira, depois que o crescimento do lucro da gigante cervejeira no primeiro semestre foi mais fraco do que o esperado pelos analistas.
As ações da empresa estavam sendo negociadas com queda de 6,7% às 9h30, horário de Londres.
O lucro operacional apresentou crescimento orgânico de 12,5%, abaixo da previsão de consenso compilada pela empresa de 13,2%.
As vendas de cerveja, que deveriam crescer 3,4%, aumentaram apenas 2,1%.
A Heineken caiu para um prejuízo líquido de 95 milhões de euros (US$ 103 milhões), principalmente devido a uma perda não monetária sobre seu investimento de 874 milhões de euros na empresa cervejeira chinesa CR Beer. A Heineken disse que a baixa contábil foi resultado do declínio no preço das ações da CR Beer em meio a preocupações sobre a demanda do consumidor na China, e não sobre o desempenho operacional da empresa chinesa.
“Estamos muito satisfeitos com o desempenho sólido no primeiro semestre”, disse o CEO da Heineken, Dolf van den Brink, ao “Squawk Box Europe” da CNBC na segunda-feira, descrevendo o crescimento do volume como “equilibrado e amplo em toda a nossa presença global”, com um aumento de 5% em produtos premium.
Em uma atualização que era aguardada com grande expectativa pelos analistas, a Heineken revisou sua previsão de crescimento orgânico do lucro operacional para o ano para uma faixa entre 4% e 8%. A orientação da empresa havia apontado para um crescimento de um dígito baixo a alto anteriormente.
“A Heineken ganhou força após comentários otimistas em uma conferência recente, levando o mercado (e nós) a melhorar as estimativas”, disseram analistas do Barclays em uma nota na segunda-feira.
“No entanto, esses resultados não corresponderam às previsões, sugerindo que havia uma lacuna entre a mensagem da empresa e as expectativas dos analistas. Isso precisa ser fechado.”
O maior fracasso foi na Europa, que viu apenas 0,2% de crescimento no lucro, contra uma expectativa de 15,1%, em grande parte devido ao aumento dos gastos promocionais em um mercado competitivo, disse o Barclays.
A Heineken disse que “consolida a liderança” em vendas de cervejas com baixo teor alcoólico e sem álcool, com a Heineken 0.0 — uma cerveja sem álcool — subindo 14%. A categoria viu um crescimento de dois dígitos em mercados como Brasil, Egito, Vietnã e Reino Unido
Van den Brink descreveu na segunda-feira a categoria como “cada vez mais importante” para a empresa, particularmente a Heineken 0.0.
Pesquisas de mercado sugerem que o crescimento de produtos com baixo teor de álcool ou sem álcool, incluindo cerveja, deve superar em muito o setor de bebidas alcoólicas nos próximos anos, tornando-se um alvo importante para marcas estabelecidas, bem como para novatas.
Van den Brink também disse que as pressões de custos de insumos na empresa foram reduzidas significativamente.
“Na Europa e nas Américas, os custos de insumos foram muito, muito mais modestos do que no ano passado, o que nos permitiu cobrar preços muito menores. Isso é muito importante para reequilibrar nosso crescimento de receita para o crescimento de volume e preço”, disse ele à CNBC.