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Newsletter FolhaMercado: IA do Google ganha medalha – 29/07/2024 – Mercado


Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (29). Quer receber-la de segunda a sexta, às 7h, não tem seu e-mail? Inscreva-se abaixo:


Medalha olímpica para a IA

A inteligência artificial ficou mais perto de alcançar o raciocínio humano. Uma nova tecnologia fazer Google “participou” da Olimpíada de Matemática deste ano, encerrada na última semana, e alcançou uma posição de medalha de prata.

↳ Os novos modelos foram batizados de AlphaProof e AlphaGeometry 2.

↳ Eles são uma combinação do Gemini, principal tecnologia de IA do Googlecom o AlphaZero, já utilizado pela empresa em jogos e partidas de xadrez.

Por que é importante: problemas matemáticos indicam a capacidade de determinado inteligência artificial. Isso porque explicitar raciocínio abstrato.

Os resultados mostram os melhores resultados de um sistema de IA até o momento. AlphaProof e AlphaGeometry 2 acertaram quatro das seis questões.

↳ O primeiro lugar foi de Haojia Shi, da China. O estudante obteve nota máxima, de 42 pontos. Medalha de ouro.

↳ A inteligência artificial do Google ficou com 28 pontos, apesar de ganhar tempo extra porque era uma espécie de concorrente especial. Medalha de prata.

A competição. Cerca de 600 estudantes do mundo fizeram provas com problemas de álgebra, combinatória, geometria e teoria dos números.

O sistema do Google resolveu dois problemas de álgebra, um de geometria e um de teoria dos números. Falhou em combinatória.

O modelo. Por trás de cada serviço de inteligência artificial, como ChatGPT ou Gemini, são os chamados modelos, também conhecidos como motores. O AlphaProof e AlphaGeometry 2 são os novos modelos desenvolvidos pelo Google Deep Mind, divisão responsável por IA.

Eles são uma tecnologia que faz todo o trabalho. Em geral, o código dos modelos é salvo a sete chaves. Uma das abordagens é o Llmma 3, de Mark Zuckerberg.

Os mais comuns:

O futuro chegou. A inteligência artificial começou a se aproximar das capacidades humanas há pouco. Foi em 2017 que a tecnologia venceu pela primeira vez um campeonato de xadrez. Entenda como ela funciona.

De lá para cá, os serviços de inteligência artificial generativa ganharam popularidade dia a dia. São usados ​​para criação de textos, imagens, vídeos…

↳ As tecnologias foram regulamentadas na Europa, e o tema está sob discussão por aqui no Congresso Nacional.


Custo militar

Quase 20% dos militares inativos no Brasil já têm mais tempo fora das Forças Armadas do que foram entregues em serviço.

São 29,7 mil “aposentados” da Marinha, Exército e Aeronáutica que mantêm as suas remunerações há mais tempo do que o período somado de contribuição à Previdência.

Quem são. Dos quase 30 mil inativos, há principalmente servidores reformados, mas também os que foram para a reserva. Em caso de reforma, o militar não pode voltar a servir. Ela acontece, em geral, por idade, doença ou acidente.

↳A proporção é maior no Exército, onde chega a 28%. Na Marinha e Aeronáutica são menores, 9,6% e 7,6%, respectivamente.

Por que importa: levantamento da Folha publicado em janeiro mostrou que as Forças Armadas gastaram 85% de seus orçamentos com atualizações. Só 5% foram investimentos.

↳ Os militares ativos custam R$ 32,4 bilhões ao ano; inativos custam R$ 31,2 bilhões e pensionistas custam mais R$ 25,7 bilhões.

Na íntegra. A despesa com a reserva é alta porque os militares aposentam mais cedo e mantêm o valor integral do seu salário.

↳ Generais, por exemplo, recebem cerca de R$ 37 mil após aposentar.

Em entrevista à Folhaa especialista em área militar, Ana Penido, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) dá o contexto para os números:

  • Regimes diferenciados foram criados para atrair pessoas para as Forças Armadas, carreira pouco convidativa até meados do século XX.
  • A idade mais baixa aplicada para aposentadoria é para compensar o risco de vida em conflitos, o que hoje é questionado devido à posição pacifista do Brasil.
  • A estratégia de Defesa do país estaria defasada, com altos gastos com pessoal, e não com avanço tecnológico.

Muita gente? Os 85% do orçamento que vão para pessoal são uma realidade oposta ao que é visto nos 29 países da organização ocidental Otan, vencedor pelos Estados Unidos.

↳ Apenas 9 países possuem o orçamento com pessoal superior a 50%.

↳ Só 3 países (Portugal, Canadá e Bélgica) gastaram menos de 20% com investimentos.

A cúpula das Forças Armadas no Brasil confirma que os 5% com investimentos são pouco, mas defende o orçamento maior, como um piso de 2% do PIB, em vez de reformas de pessoal.

Em números:

Exército: 212 mil militares na ativa

Marinha: 75,4 mil militares na ativa

Aeronáutica: 67,6 mil militares na ativa

Déficit. Para garantir o investimento dos investidores no Brasil, o Tesouro Nacional precisa financiar uma parte, já que as contribuições não dão conta sozinhas.

↳ No sistema privado, gerido pelo INSS, o frete anual é de R$ 9,4 mil por pessoa. Já para os servidores públicos é de R$ 69 mil.

↳ No caso das Forças Armadas, o transporte chega a R$ 159 mil por militar.

Na meta. As distorções voltaram à tona com a necessidade de controle de nossos gastos públicos. Para cumprir a lei, o governo precisa fechar as contas deste ano e as próximas sem déficit. Expliquei como manobras feitas pelo ministro Fernando Haddad nesta edição.

Aliados do Governo Lula defesa de ajustes no sistema previdenciário dos militaresmas o tema é sensível ao presidente da República, que tem pouco apoio no segmento.

Na mira. Para fechar as contas este ano, R$ 15 bilhões foram congelados. No entanto, ainda não foi definida a contribuição de cada ministério. O ministro da Defesa encontrou o ministro Haddad na última semana para defender a manutenção do orçamento militar. Ele disse estar “otimista”.


Novos tempos

Muita coisa mudou desde que as Olimpíadas foram transmitidas pela primeira vez na televisão, em 1936, em Berlim, Alemanha.

Na época, apenas 160 mil pessoas podiam sintonizar os aparelhos, e os direitos de transmissão tinham valores irrisórios, cerca de US$ 40 mil (R$ 226 mil) atualizados.

Corta para 2024. Os Jogos Olímpicos de Paris alcançamos mais de 3 bilhões de pessoas, e os organizadores cobraram US$ 3,3 bilhões (R$ 18,6 bilhões) pelo direito de transmissão.

↳ Eles foram pagos não só por canais tradicionais, mas também por streamings e canais digitais, incluindo os de influenciadores. O cenário hoje é o de intensidade.

Novos tempos. Com a força da Internet, a tv a cabo perde lugar. Nos Estados Unidos, o streaming representa 40% do tempo assistido em um aparelho de TV. Pela primeira vez em décadas, a maioria dos lares não assina algum pacote.

Uma das razões pelas quais consumidores ainda permanece com as assinaturas é o esporte. ESPN, Fox Sports, Combate e SporTV seguem como gigantes em seus mercados.

↳ Esporte e mídia dependem de outro. Todo o setor esportivo, do Comitê Olímpico Internacional para e-sports, faturou US$ 159 bilhões (R$ 898 bilhões) em 2024, segundo a consultoria Two Circles. 39% vem de direitos de transmissão.

↳ 93 dos 100 programas mais assistidos nos EUA em 2023 foram partidas de futebol americano.

Sim, mas… apesar dessa força, a transmissão esportiva está enviando para a internet.

As movimentações nos Estados Unidos:

  • A ESPN lançará em 2025 um streaming com o conteúdo antes reservado para a TV;
  • O Amazon Prime exibe futebol americano, baseado, feliz no gelo. Em breve deverá exibir os jogos de basquete da NBA.
  • A Apple adquiriu em 2022 os direitos exclusivos da MLS (Major League Soccer), principal liga de futebol dos Estados Unidos para o streaming Apple TV+.
  • Até a Netflix, que resistiu durante anos a investir no esporte, exibirá um jogo de futebol americano ao vivo no próximo Natal.

E no Brasil? Por aqui, os canais do Grupo Globo, como Combate e SporTV, têm streaming integrado à plataforma digital Globoplay. O que foge do tradicional neste ano é a transmissão dos Jogos Olímpicos no canal do youtube CazéTVdo influenciador Cazé.

Recentemente o canal transmitiu o Campeonato Paulista. Ó sucesso virou dor de cabeça para gigante Globo nestas Olimpíadas.

Efeitos. Com o custo dos direitos esportivos em alta, os orçamentos para produção de conteúdo estão se deslocando.

↳ A consultoria MoffettNathanson estima que as empresas de entretenimento dedicaram 24% de seus gastos com conteúdo ao esporte neste ano nos Estados Unidos.

↳ Mais futebol pode significar menos filmes. A Netflix diz que comprar os direitos de um jogo custa tanto quanto fazer um filme de orçamento médio.

Atletas x vezes. Outro novo paradigma é o interesse nos indivíduos, nos atletas. A Análise Ampere concluiu que 41% dos jovens têm mais interesse em competidores individuais do que em tempos.

A tendência ganhou o nome até de “fã-clubes fluidos”, com jovens com pouca lealdade a vezes e seguindo seus ídolos onde quer que eles liderassem.

↳ Isso ajuda a explicar a ida do jogador premiado Messi para um tempo pequeno dos Estados Unidos, por exemplo, após negociações com a Apple.

Outras tendências são as apostas esportivas, regulamentadas em 2018 nos Estados Unidos e neste ano no Brasil.


De olho na Bolsa

Hapvida, cujas ações subiram 7,46%.

A operadora de planos de saúde Hapvida está entre as favoritas dos analistas para o setor de saúde na Bolsa de Valores.

Expectativas para dados financeiros positivos levaram à forte alta da ação nos últimos pregões, e o movimento segue no radar dos investidores nesta segunda (29).

↳ As ações da Hapvida tiveram maior alta na Bolsa na última semana: 7,46%. Nos últimos 30 dias, sobem 9%.

Relatórios recentes do Bradesco BBI, XP e Santander recomendaram a compra das ações da companhia.

Porque? O ponto forte da empresa é a baixa sinistralidade (em outras palavras, despesas com a utilização de planos de saúde), que sustenta as boas finanças.

A empresa foi colocada em xeque pelos investidores em janeiro, quando o Ministério Público iniciou uma investigação sobre suposto descumprimento de decisões judiciais.

A companhia. A Hapvida foi fundada na região Nordeste, mas hoje tem presença nacional. Em 2022, anunciou uma fusão com a NotreDame Intermédica. São 15,8 milhões de clientes, entre coberturas médicas e odontológicas.

↳ A receita no primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 6,9 bilhões (alta anual de 3,9%).

↳ Os custos com sinistralidade caíram de 72% para 68% da receita no período.



FOLHA DE SÃO PAULO

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