sábado, outubro 5, 2024
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PT racha base no Congresso ao se declarar a favor de Maduro na Venezuela



Os senadores Fabiano Contarato (PT-ES), Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Paulo Paim (PT-RS) se posicionaram contra a proclamação do ditador venezuelano Nicolás Maduro como presidente reeleito e que foi reconhecido pelo próprio partido deles. A nota que o PT divulgou semana rachou a base da legenda no Congresso ao chamar a eleição de “democrática e soberana”.

Na última segunda (29), o partido emitiu uma nota saudando o povo venezuelano e que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela condução das eleições, apontou a vitória de Maduro. A publicação, no entanto, não foi uma decisão unânime entre os correligionários.

Um dos mais aguerridos militantes do partido, Contarato disse que o partido é “diverso e aberto a várias correntes de opinião”, mas que “neste caso, uma postura cautelosa seja perturbada, diante das investidas autoritárias do regime com as oposições”, segundo relatos ao Estadão nesta quarta (31).

Em uma publicação nas redes sociais, ele afirmou, ainda, que “o resultado das eleições venezuelanas não merece reconhecimento da comunidade internacional enquanto as exigências mínimas de transparência não forem satisfatoriamente atendidas”.

O colega dele no Senado, o correligionário mais recente Randolfe Rodrigues, disparou que a eleição foi “sem idoneidade” e que “os resultados não são passíveis de certificação e onde observadores internacionais foram vetados é uma eleição sem idoneidade”, citado em entrevista à CNN Brasil.

Ele ainda classificou o regime ditatorial como “autoritário” e que “tanto Maduro quanto a oposição carecem de legitimidade”.

O gaúcho Paulo Paim também foi numa linha semelhante, afirmando que a situação na Venezuela é “gravíssima e lamentável”. “Sem transparência no processo eleitoral, liberdade política e de expressão, e respeito aos direitos humanos, não há democracia”, afirmou em uma rede social.

Deputados do PT também divergiram da posição do partido, como Reginaldo Lopes (PT-MG), Camila Jara (PT-MS) e Bohn Gass (PT-RS).

Apesar de ter rachado parte do partido, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, minimizou a situação e disse que a nota em que autorizar a reeleição de Maduro foi “moderada” e “nada efusiva”, em entrevista ao G1.

Gleisi ainda afirmou que confia no trabalho da CNE e que “não somos Estados e nem Justiça Eleitoral” para aguardar uma divulgação oficial das atas de votação antes de fazer um julgamento de valor. “É da vida, não vamos nos omitir”, pontuável.

O presidente nacional do PT disse também que não falou com o presidente Lula sobre a nota, mas apenas com o partido.

“O PT é um partido que tem autonomia, embora seja o meu partido, não precisa pedir licença para mim: ‘Lula, eu posso fazer isso?’. ‘Não. Faça o que você se sentir melhor fazendo’. E o governo faz aquilo que se sente melhor fazendo. Eu, na hora em que foram apresentadas as atas, e para consagrado que as atas são verdadeiras, todos nós temos a obrigação de considerar o resultado eleitoral na Venezuela”, disse Lula na terça (30) em entrevista à TV Centro Américaafiliado a TV Globo.



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