O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez críticas à ajuda do Governo Federal ao estado, que sofre desde maio com os efeitos da tragédia das enchentes.
Em entrevista à CNN Brasil, veiculada neste sábado (3), Leite disse que há “diálogo e sensibilidade” por parte da equipe do presidente Lula. No entanto, segundo o político gaúcho, os resultados entregues são menores daqueles que a “propaganda oficial” apresenta.
“É isso que gera um incômodo profundo. A solenidade, o anúncio, é farto. A propaganda é extensiva, mas o que chega na ponta ainda é muito limitado”, declarou Leite.
O governador falou da necessidade de apresentação de um programa de manutenção de emprego e renda mais robusto, que pudesse ajudar empresários que sofreram com os efeitos da tragédia.
Segundo ele, seria preciso apresentar algo nos moldes dos programas implementados durante a pandemia da Covid-19, o que acabou não sendo feito. “Pedimos, insistimos, brigamos muito por isso. Demoram a apresentar uma solução. Não quero reeditar aquela (da pandemia). A solução que demorou a ser feita”, disse ele.
Leite ainda ressaltou que, mesmo com o programa de manutenção de emprego anunciado, a burocracia tem dificultado o acesso aos valores. “Anunciaram, de forma muito efusiva, com a presença do presidente Lula. Anunciou R$ 1 bilhão para este programa, mas conseguiu liberar R$ 100 milhões. Porque as regras são tão engessadas, tão difíceis, que empresas que estão em áreas afetadas não conseguem acesso”, afirmou.
Outro lado
Em nota enviada à CNN, O ministro nomeado pelo Governo Federal para a acompanhamento do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, disse que não entraria em disputa política e que, no momento, o foco é “ajudar os gaúchos a garantirem um recomeço após as enchentes”.
A nota diz ainda que as ações do Governo Federal são efetivadas na atenção às pessoas, apoio às prefeituras, empresas e produtores rurais e que o total de recursos e medidas de apoio destinadas ao Rio Grande do Sul chega a R$ 94,4 bilhões de reais.