O Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO incluiu um sítio na Faixa de Gaza — o Mosteiro de Santo Hilarion, ou Tell Umm Amer — em suas listas de “Patrimônio Mundial” e “Patrimônio Mundial em Perigo” no final de julho.
A decisão, tomada durante a 46ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Nova Délhi, Índia, reflete o valor do antigo mosteiro e sua necessidade de proteção, de acordo com a UNESCO.
O Comitê inscreveu o monastério — um dos sítios mais antigos do Oriente Médio, de acordo com a UNESCO — em ambas as listas usando um procedimento de emergência estabelecido na Convenção do Patrimônio Mundial. O procedimento permite inscrições aceleradas para sítios que estão sob ameaça.
“O conflito em andamento na Faixa de Gaza, que pode representar uma ameaça a este sítio arqueológico, é uma situação em que esse procedimento é possível”, disse um porta-voz da UNESCO à CNBC Travel.
O Mosteiro de Santo Hilarion/Tell Umm Amer foi o lar da primeira comunidade monástica na Terra Santa e “foi um centro de intercâmbios religiosos, culturais e econômicos” durante o período bizantino, de acordo com a UNESCO.
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Até o momento, a UNESCO disse que não identificou nenhum dano ao local, que está monitorando remotamente usando imagens de satélite.
O que isto significa
Como resultado das inscrições, os 196 “Estados Partes” da UNESCO — ou países que ratificaram a Convenção do Patrimônio Mundial adotado pela UNESCO em 1972 — deve evitar danificar direta ou indiretamente o local e ajudar a protegê-lo, disse a UNESCO.
Israel não é mais membro da UNESCO, mas é um Estado Parte, o que significa que está vinculado aos termos da Convenção para proteger e não danificar o mosteiro, disse a UNESCO à CNBC Travel.
Juntamente com os Estados Unidos, Israel deixou a UNESCO em 31 de dezembro de 2018, em meio a alegações de preconceito anti-israelense na agência da ONU, que cresceu depois que a organização aceitou “o Estado da Palestina” como membro em 2011.
Sob o governo Biden, os Estados Unidos retornaram formalmente à UNESCO em julho de 2023.
Israel não voltou a integrar a UNESCO, embora tenha enviado delegações às reuniões anuais do Comitê do Patrimônio Mundial para servir como observadores sem direito a voto, incluindo uma aparição muito anunciada na reunião de 2023 em Riad, Arábia Saudita.
Utilização do procedimento de emergência
Inscrições simultâneas nas listas de Patrimônio Mundial da UNESCO e “Em Perigo” são bastante comuns, disse um porta-voz da UNESCO à CNBC.
Exemplos recentes incluem o centro histórico da cidade portuária de Odesa, na Ucrânia, e os sítios arqueológicos do antigo reino de Saba, no Iêmen, ambos inscritos em janeiro de 2023.
O uso do procedimento de emergência da UNESCO acelerou a inclusão do Mosteiro de Saint Hilarion/Tell Umm Amer em suas Listas do Patrimônio Mundial, um procedimento que normalmente leva pelo menos dois anos.
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Atualmente, há 1.123 sítios na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, mas apenas 56 na lista “Em Perigo”, que identifica locais sob ameaça de guerra, desastres naturais, poluição, turismo excessivo ou outros problemas.
Locais na lista “Em Perigo” também podem receber assistência técnica e financeira para trabalhos de proteção e restauração.
Os pedidos para usar o procedimento de emergência para inscrições simultâneas devem vir de um Estado Parte, disse o porta-voz da UNESCO.
Trabalhadores reformam um mosaico no Mosteiro de Santo Hilarion/Tell Umm Amer, um local que data de 329 d.C. e consiste em duas igrejas, um cemitério, uma sala de batismo, um cemitério público, uma sala de audiências e salas de jantar.
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“A Palestina incluiu o local pela primeira vez em sua Lista Provisória em 2012”, disse o porta-voz, referindo-se a uma lista de locais que os países pretendem nomear como Patrimônios Mundiais no futuro. “Em junho de 2024, [it] apresentou a nomeação de ‘Mosteiro de Santo Hilarion/Tell Umm Amer’ com a solicitação de processá-la em caráter emergencial.”
A inscrição foi decidida por consenso entre os membros do Comitê, segundo o porta-voz.
A 46ª sessão do Comité do Património Mundial terminou quarta-feira com 26 novos sítios inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCOe a pequena ilha de Nauru, na Micronésia, tornando-se seu 196º Estado-Parte.