sábado, outubro 5, 2024
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Carta da oposição preconceito diálogo com Maduro, avaliação Itamaraty



A carta em que o candidato da oposição Edmundo González pede para ser proclamado presidente da Venezuela é avaliada com preocupação nos bastidores do Ministério das Relações Exteriores. O recebimento do Itamaraty, segundo fonte ouvida reservadamente pela Gazeta do Povo, é de que a recente posição adotada por González, reforçando ter sido ele o eleito em 28 de julho, desfavoreça o diálogo com o regime chavista para chegar a um consenso sobre o pleito presidencial.

Na madrugada do dia 29 de julho, horas após as votações, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime chavista, anunciou a vitória de Maduro com 51% dos votos contra 44% do principal candidato da oposição. O órgão eleitoral, contudo, não divulgou os comprovantes da votação e gerou desconfiança sobre o resultado anunciado.

Na carta assinada por González e pela líder da oposição, Maria Corina Machado – inabilitada para concorrer às eleições na Venezuela há 15 anos –, ambos reiteraram que a oposição venceu. “Obtivemos 67% dos votos, enquanto Nicolás Maduro obteve 30%. Essa é uma expressão da vontade popular. Vencemos em todos os estados do país e em quase todos os municípios”, escrevi.

Oficialmente, o Brasil não soube dos resultados divulgados pela CNE que deram a reeleição para o ditador Nicolás Maduro, tampouco apoiou a oposição venezuelana. Ao lado da Colômbia e do México, o país tem buscado o diálogo entre o regime chavista e a oposição para encontrar uma solução de referência sobre as eleições do último dia 28. Na avaliação interna do Itamaraty, decisões unilaterais ou extrarregionais não facilitam o caminho para este processo.

Brasil ainda aguarda publicação das atas eleitorais da Venezuela

Num processo eleitoral marcado por irregularidades, a oposição contesta o resultado do pleito que anunciou o ditador Nicolás Maduro como vitorioso. O Brasil espera a divulgação das atas eleitorais pela CNE para se posicionar sobre o pleito e evitar comentar os dados divulgados pela oposição que comprovou a vitória de Edmundo González.

A divulgação dos chamados “dados desagregados por mesa de votação” é colocada como condicionante pelo governo brasileiro e outros países da região para considerar os resultados divulgados pela CNE.

De acordo com a agência de notícias AFP, o órgão eleitoral teria entregue tais atas à Corte Suprema da Venezuela nesta segunda (5). O Itamaraty, até o momento, porém, não teve acesso à documentação.



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