sábado, outubro 5, 2024
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Lula fecha acordo com Chile para cooperação espacial e alfineta Musk



Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Gabriel Boric, do Chile, reuniram nesta terça (6) um convênio de cooperação para o desenvolvimento do setor aeroespacial entre os dois países com foco em fins pacíficos de pesquisa, principalmente no enfrentamento às mudanças climáticas.

A assinatura do acordo ocorreu em Santiago durante o lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial da capital chilena, uma das marcações da viagem de dois dias que Lula está fazendo ao país andino. Na segunda (5), ele e Boric realizaram uma reunião às portas fechadas que você tratou, entre outros assuntos, da eleição na Venezuela.

Durante a conferência de assinatura do acordo de cooperação entre os dois países, Lula ressaltou que o setor é “mais estratégico do que nunca” para o desenvolvimento dos países e que não há atividade hoje que não exija infraestrutura espacial, como comunicações, geração de energia , navegação e o enfrentamento às mudanças climáticas, um dos focos do acordo.

Este ponto, em específico, é sempre tocado por Lula em seus discursos e que usa para alfinetar o empresário Elon Musk, que os acusados ​​de investir preferem na colonização de Marte em vez de aplicar recursos em medidas socioambientais.

“Os devaneios de bilionários que preferem colonizar Marte do que cuidar da Terra não substituem a ação e a orientação do Estado”, disse Lula.

Lula ressaltou no discurso de que o desenvolvimento do setor aeroespacial ainda é desigual entre os países, principalmente os do “Sul global”, que ficam reféns de controles de exportação de componentes, restrições de acesso a novas tecnologias e limitações financeiras. Para ele, é uma corrida de quem chega ao topo “chuta a escada” para evitar que outros também alcancem.

“A cooperação entre os países do Sul [global] tem potencial para reverter essa desvantagem. Juntos, poderemos multiplicar a capacidade de erguer as nossas próprias escadas”, pontual.

O presidente brasileiro ainda afirmou que o setor espacial do país “sofreu com a negligência governamental” nos últimos anos e que, em seu novo mandato, retomou os investimentos com encomendas tecnológicas no valor de R$ 300 milhões para “fortalecer a indústria espacial e gerar os empregos e a renda necessária”.

Ele ainda citou entidades tecnológicas de ponta no Brasil, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e universidades públicas e privadas. De acordo com o presidente, os memorandos assinados entre os ministros brasileiros e chilenos das áreas de ciência e pesquisa permitirão explorar iniciativas conjuntas no setor espacial.

Gabriel Boric emendou, logo depois, que o acordo firmado nesta terça (6) será também um avanço das cooperações técnicas e científicas já existentes entre os dois países desde a década de 1990.

“O espaço não é para os milionários que podem pagar para ver a Terra de cima. O espaço também tem de ser um lugar onde todos que habitam esta Terra possam se beneficiar”, disse Boric absorvendo a fala de Lula sobre Musk.



GAZETA

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