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Olimpíadas: academias e itens de ginastas vivem boom – 08/09/2024 – Mercado


Como Olimpíadas de Paris são levados mais do que só entretenimento ao público brasileiro. Para algumas pessoas, os Jogos serviram de motivação para frequentar mais a academia, se matricular em um novo esporte ou até comprar um collant inspirado em Rebeca Andrade.

Do lado das empresas, a percepção é de que a edição deste ano provocou um boom nos negócios, com academias de musculação cheias e escolas de ginástica artística estudando aumentar o número de turmas para dar conta de tanta procura.

Um levantamento da rede de academias Smart Fit, feito com exclusividade para a Folhaindicou que a maioria dos alunos respondeu sentir mais vontade de ir malhar por causa das Olimpíadas.

A pesquisa, que teve 505 entrevistados, questionou se os Jogos davam motivação para fazer musculação. Os resultados mostram que 55,4% concordaram com a afirmação, 39,8% disseram ser indiferentes e 4,8% discordaram.

Para Patrícia Martins Correa, gerente de crescimento da Smart Fit, foi explicado como o evento animou as pessoas que saíram de casa para treinar “Depois que obtiveram as Olimpíadas, identificamos um aumento de 20% nos acessos à academia”, diz.

A empresa, que tem 708 unidades pelo Brasil e mais de 1 milhão de alunos, é patrocinada pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Segundo Dafne Corletto, gerente de marca e comunicação da Smart Fit, a preocupação com a saúde vem crescendo nos últimos anos, mas os eventos esportivos sempre acabam dando um incentivo a mais.

“As Olimpíadas trazem alguma coisa de ‘uau’, um pico, mas acho que a preocupação física é algo que vai se manter”, afirma.

Outra empresa do setor que notou o impulso dos Jogos foi a Red Fitness, academia do modelo low cost (baixo custo) que atua em São Paulo.

Julho, que costuma ser um mês de baixa para o negócio, acabou se tornando forte por causa do evento. “Sentimos um aumento de 25% nas vendas de planos em relação ao ano passado”, diz Ronaldo Godoi, sócio e fundador da Red Fitness.

Só na última semana de julho, ele diz, foram 300 novos planos nas seis unidades da Red Fitness, algo considerado atípico para a época.

“Era para ter vendido no máximo 30 planos por unidade. Pode, sim, ter sido um movimento por conta das Olimpíadas, porque foi bem diferente do ano passado”, afirma.

O efeito dos Jogos não ficou restrito às novas matrículas. Segundo Ronaldo, as academias da rede também estão mais cheias, com maior fluxo de alunos que chegam por meio de aplicativos corporativos, como o WellHub, antigo Gympass.

Quem também ganhou fôlego durante as Olimpíadas foi o e-commerce de itens esportivos, especificamente aqueles ligados a itens como ginástica artística, balé e dança.

A pedido de Folhaa Neotrust, empresa de soluções de inteligência para o varejo online brasileiro, fez um levantamento preliminar para entender o comportamento do consumidor antes e durante os Jogos.

O principal destaque foi para itens como colants e meias-calças, cujas vendas cresceram 182% entre os dias 26 de julho e 5 de agosto, na comparação com igual período do mês anterior.

Segundo a Neotrust, um fator possível para a boa campanha de Rebeca Andrade, que se tornou o maior medalhista da história do Brasil bater após Simone Biles na disputa do solo.

O ‘efeito Rebeca’, aliás, também foi sentido pelas academias de ginástica artística. Na rede Bodytech, que além de musculação oferece aulas de 15 atividades olímpicas, esse foi o núcleo que ganhou maior força nos últimos dias.

Segundo Eduardo Neto, diretor da Bodytech, metade das crianças que estão matriculadas nas academias da rede fazem ginástica artística, número que está aumentando cada vez mais.

“É um público muito interessante. Novas crianças entram, porque têm os exemplos dos atletas em destaque [nas Olimpíadas] e sonha em um dia ser uma Rebeca. Mas as crianças atuais também começaram a treinar muito mais, assim como os adultos. Acho que fica todo o mundo animado e isso tem um efeito positivo grande para nós que vivemos nesse setor”, diz.

Ele conta que a academia praticamente parava para assistir à TV quando o Brasil estava disputando algo.

“Esse boom que todo mundo espera realmente acontece. Nós ainda não chegamos a 100% do potencial que vamos receber, porque as Olimpíadas ainda não acabaram. Acho que o pós vai ser melhor ainda”, afirma o executivo.

Segundo ele, houve um aumento intenso na procura por vagas e a rede está aumentando a quantidade de turmas. Só de matrículas infantis, foi uma alta de quase 10%.

A avaliação é a mesma de Cláudia Alcântara, dona da academia de ginástica artística Equipe CA, em São Paulo.

A empresária diz ter visto um aumento de 40% na procura por aulas.

“Na primeira semana de Olimpíadas, antes de a Rebeca ganhar a última medalha, tivemos mais ou menos 130 contatos. Depois que ela ganhou, em dois dias tivemos mais 170 contatos. Foi bastante”, afirma.

A academia tem hoje 500 alunos, com turmas infantis e para adultos. Com a perspectiva de mais matrículas, ela já considera aumentar o número de turmas. “Temos um projeto de uma terceira unidade no ano que vem. Vamos crescendo conforme a demanda”, diz.

Cláudia também notou uma motivação a mais nos alunos durante os Jogos, que reavivaram o sonho de muita criança. Nas palavras dela, a Rebeca é muito mais do que uma unanimidade entre seus alunos. “É Deus aqui na academia”.



FOLHA DE SÃO PAULO

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