domingo, outubro 6, 2024
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O Brasil não fez proposta de novas eleições na Venezuela



O assessor para assuntos especiais da presidência, o embaixador Celso Amorim, afirmou que o Brasil não fez proposta para novas eleições na Venezuela. O assunto teria sido ventilado na última semana durante reunião ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com seus ministros. Amorim afirma oficialmente, contudo, que o tema é apenas uma “ideia”.

“Eu não fiz uma proposta. Nós nunca fizemos uma proposta para novas eleições. É um tema. Eu ouvi isso uma primeira vez, não posso dizer de quem, mas foi de um brasileiro em um desses muitos contatos. O que é curioso de novas eleições, é que tanto um quanto o outro, poderia aceitar facilmente, não é? Se eles ganharam, eles disseram que ganharam, ganhariam de novo”, disse o embaixador durante a Comissão de Relações Exteriores no Senado Federal. A declaração de Amorim acontece num contexto em que a diplomacia brasileira e Lula evitavam fazer críticas à Venezuela.

A presença de Amorim no Senado Federal foi uma exigência da senadora Tereza Cristina (PP-MS), para que o ex-chanceler pudesse prestar esclarecimentos sobre sua presença durante as eleições na Venezuela, que serão oferecidas no dia 28 de julho. O ex-chanceler foi enviado pelo presidente Lula para o pleito venezuelano. Amorim atua como o chanceler de fato do Brasil, segundo analistas.

Após as votações, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou a reeleição do ditador Nicolás Maduro após uma purificação de 80% das urnas. O anúncio, no entanto, foi feito sem a devida comprovação, o que gerou contestação dos resultados pela oposição. Representada pelo embaixador Edmundo González nas eleições, a oposição venezuelana afirma que González é o vencedor do pleito e divulgou milhares de atas eleitorais para comprovar sua vitória.

O Brasil ainda não divulgou a reeleição de Maduro anunciada pela CNE – que era sob influência de Maduro – mas também não registrou as atas divulgadas pela oposição. De acordo com Amorim, chancelar atas da oposição e não de um “órgão oficial” não seria um bom precedente.

“O dilema que o agente tem hoje é que se tenha de um lado um candidato, que é o presidente, que diz que ganhou mas não mostra as atas. Do outro lado, um grupo de oposição que tem as atas… Mas como nós pensamos no futuro, se isso é um bom precedente, considerar um presidente de que dispensou a oposição? É preciso ter uma solução que seja correta e que seja certa”, pontual.

Nesse momento, Brasil, Colômbia e México pressionaram o regime de Nicolás Maduro a divulgar as atas que comprovem o resultado divulgado pela CNE para considerar ou questionar sua reeleição.



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