domingo, outubro 6, 2024
InícioMUNDOEUA e Brasil apoiam nova eleição na Venezuela apesar das rejeições do...

EUA e Brasil apoiam nova eleição na Venezuela apesar das rejeições do governo e da oposição


Um homem acena uma bandeira venezuelana enquanto manifestantes entram em choque com policiais durante um protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro em Caracas em 29 de julho de 2024, um dia após a eleição presidencial venezuelana. Protestos irromperam em partes de Caracas na segunda-feira contra a vitória da reeleição reivindicada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, mas contestada pela oposição e questionada internacionalmente, observaram jornalistas da AFP.

Yuri Cortez | Afp | Getty Images

O presidente dos EUA, Joe Biden, aparentemente apoiou na quinta-feira uma nova eleição na Venezuela, depois que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também levantou a ideia, apesar das rejeições do partido governista da Venezuela e de sua oposição, que reivindicam vitória na disputa de 28 de julho.

Biden falou com repórteres após a sugestão de Lula de que o líder venezuelano Nicolás Maduro poderia convocar uma nova disputa envolvendo observadores internacionais como uma solução potencial para a crise política no país. Os EUA rejeitaram a alegação de vitória de Madura.

Questionado se apoia uma nova eleição na Venezuela, Biden disse “sim”.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse mais tarde que Biden estava “falando sobre o absurdo de Maduro e seus representantes não terem se revelado honestos sobre as eleições de 28 de julho”, sem voltar atrás totalmente no comentário de Biden.

O porta-voz acrescentou que está “absolutamente claro” que o candidato da oposição Edmundo Gonzalez venceu a eleição.

Uma autoridade dos EUA, falando em segundo plano, disse que a posição dos EUA não havia mudado e que a grande maioria dos países da região estava pedindo a Maduro que divulgasse os resultados e reconhecesse o resultado da eleição.

A nova sugestão de eleição está entre várias da comunidade internacional que não têm apoio até agora nem de Maduro nem de seus oponentes da coalizão de oposição.

Fordham: Kamala Harris é uma peça de continuidade para a política externa

Os EUA, que endureceram as sanções ao petróleo em abril contra o membro da OPEP pelo que disseram ser o fracasso de Maduro em cumprir um acordo sobre as condições eleitorais, e outros países ocidentais estão mostrando poucos sinais de ação rápida e dura sobre o que muitos deles condenaram como fraude eleitoral.

Maduro rejeitou os comentários de Biden e Lula, dizendo que os Estados Unidos e o Brasil tiveram eleições contestadas nas quais a Venezuela se absteve de se envolver.

“Rejeito absolutamente que os Estados Unidos estejam tentando se tornar a autoridade eleitoral da Venezuela”, disse Maduro na televisão estatal. “Biden deu uma opinião intervencionista sobre as questões internas da Venezuela… meia hora depois eles a esmagaram.”

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado descartou a sugestão de Biden e Lula.

“A eleição já aconteceu”, disse Machado a jornalistas da Argentina e do Chile em uma videochamada mais tarde na quinta-feira. “Maduro precisa ser informado de que o custo de sua permanência cresce a cada dia que passa.”

Autoridades do partido no poder na Venezuela também descartaram novas eleições.

Lula disse que um “governo de coalizão” poderia ser outra solução possível para a Venezuela.

“Se (Maduro) tiver bom senso, ele poderia colocar isso à disposição do povo, talvez convocando novas eleições com um comitê eleitoral apartidário”, disse Lula em entrevista de rádio.

O presidente brasileiro disse que ainda não reconhece Maduro como o vencedor da votação e que seu governo deve publicar as apurações de votos que não foram divulgadas, ecoando apelos de países ao redor do mundo nas últimas duas semanas.

“Maduro sabe que deve uma explicação ao Brasil e ao mundo”, disse Lula.

Lula e seu colega colombiano Gustavo Petro conversaram por telefone na quarta-feira como parte dos esforços para encontrar uma solução para a crise da Venezuela, mas nenhum detalhe da conversa foi divulgado.

Petro sugeriu em uma publicação no X na quinta-feira que o partido governista venezuelano e a oposição poderiam temporariamente trocar o poder, ecoando um acordo usado na Colômbia por 16 anos no século XX.

“A solução política para a Venezuela depende de Nicolás Maduro, que carrega a paz e a prosperidade de seu país”, disse Petro, acrescentando em outra postagem que um acordo político é a melhor opção e depende dos venezuelanos.

Petro, que reabriu as relações comerciais e diplomáticas com a Venezuela após assumir o cargo em 2022, também pediu o levantamento de todas as sanções à Venezuela.

Líderes latino-americanos discutirão a crise neste fim de semana, quando muitos estarão na República Dominicana para comparecer à posse do novo presidente do país, disse o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, na quinta-feira, durante sua coletiva de imprensa semanal.

O principal assessor de política externa de Lula, Celso Amorim, falando à Comissão de Relações Exteriores do Senado, disse que o Brasil não havia proposto formalmente uma nova eleição na Venezuela.

Senadores conservadores presentes na audiência criticaram o governo Lula por favorecer Maduro com sua postura branda e perguntaram o que o Brasil estava fazendo pelos líderes da oposição presos.

Amorim disse que o Brasil se ofereceu para enviar um avião para buscar seis membros da oposição que buscam asilo na embaixada argentina, agora sob bandeira brasileira desde que a Venezuela rompeu relações com a Argentina.

A autoridade eleitoral da Venezuela proclamou que Maduro obteve 51% dos votos, mas não divulgou a contagem completa dos votos.

As contagens em poder da oposição, publicadas em um site público, mostram que Gonzalez recebeu 67% dos votos.



CNBC

ARTIGOS RELACIONADOS
- Advertisment -

Mais popular