domingo, outubro 6, 2024
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Novo denuncia auxiliares que seguiram “ordens ilegais de Moraes”



O partido Novo apresentou uma denúncia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra os desembargadores Airton Vieira e Marco Antônio Martins Vargas, por executarem agir em execução a ordens ilegais do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O pedido do Novo tem relação com revelações feitas pela Folha de São Pauloesta semana, que aponta que Moraes teria usado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como braço investigativo paralelo contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF.

Em 2022, Moraes era o presidente do TSE. Os relatórios produzidos na Corte Eleitoral foram usados ​​para subsidiar o inquérito de notícias falsas no STF em casos relacionados ou não às eleições presidenciais.

Na época, Tagliaferro comandou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.

UM Folha teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocas via WhatsApp entre assessores do ministro que atuam ou atuaram tanto na equipe do Supremo quanto do TSE.

“Os abusos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes e seus assessores, conforme revelados pela ‘Vaza Toga’, representam uma grave ameaça ao Estado de Direito e um abuso inaceitável de poder”, disse o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) em nota enviado à Gazeta do Povo, nesta sexta-feira (16).

“Não podemos tolerar que a Justiça seja usada como instrumento de fiscalização política. A atuação arbitrária e fora dos limites legais, como demonstram as mensagens expostas, é uma clara violação das garantias fundamentais que sustentam nossa democracia”, completou o parlamentar.

Na representação contra os desembargadores, o Novo pede a instauração de um processo administrativo disciplinar e a “punição severa dos envolvidos, conforme o Regulamento Geral da Corregedoria Nacional de Justiça”.

PGR arquiva pedido de investigação contra Moraes

Também na quinta-feira (15), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquivou um pedido do partido Novo para que Moraes fosse investigado por falsidade ideológica e formação de quadrilha.

De acordo com Gonet, “não há fundamento” nas acusações do partido. O Novo também pediu que foram investigados o juiz auxiliar da Corte, Airton Vieira, e o ex-assessor-chefe da AEED, Eduardo Tagliaferro.

“É lamentável que o Procurador-Geral não tenha se declarado impedido, uma vez que ele se pronunciou publicamente em defesa de Moraes antes de tomar a sua decisão nos autos. O Novo está trabalhando firmemente para que o caso seja investigado de forma isenta e com seriedade em todas as vias, inclusive no Congresso Nacional. Não podemos deixar de defender e lutar pela justiça e pelo respeito à Lei e à liberdade de expressão no nosso país”, disse o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, ao comentar a decisão de Gonet. .

Perseguição judicial

Trocas de mensagens entre servidores do STF e do TSE, obtidas pela Folha de S. Paulo, mostraram que o gabinete de Alexandre de Moraes teria ordenado informalmente à Justiça Eleitoral a produção de relatórios contra apoiadores de Bolsonaro e comentaristas de direita para embasar decisões do ministro em inquéritos em andamento na Suprema Corte.

A troca de mensagens sugere que houve adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas.

Os escolhidos sofreram bloqueios de seus perfis nas redes sociais, apreensão de passaportes, intimações para depoimento à PF, entre outras medidas. Todos os pedidos de investigação e produção de relatórios foram feitos via WhatsApp, sem registros formais.

As conversas vazadas envolveram Airton Vieira, o juiz instrutor de Moraes no STF, Marco Antônio Vargas, seu juiz auxiliar na presidência no TSE, e Eduardo Tagliaferro, o chefe da AEED – o órgão era subordinado a Moraes no corte eleitoral.

As mensagens e áudios ocorreram entre agosto de 2022 e maio de 2023 e mostram pesquisa aos jornalistas Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, à Revista Oeste, ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), entre outros nomes de direita.

Em nota enviada à Gazeta do Povoo gabinete do ministro Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade nas requisições dos relatórios. Moraes argumenta que o TSE, “no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas”.



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