domingo, outubro 6, 2024
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PF mira suspeitos de incitarem protestos nas rodovias do Pará após eleição de 2022



A Polícia Federal cumpriu quatro mandatos de busca e apreensão contra um grupo suspeito de incitar protestos no estado do Pará contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição presidencial de 2022. Os mandados da Operação Defesa miram empresários e influenciadores residentes digitais na cidade de Santarém, mas os nomes não foram divulgados.

De acordo com as investigações, os manifestantes bloquearam um trecho da BR-163 na Comunidade Cipoal, em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção, após a divulgação do resultado da eleição presidencial de 2022. Foi um movimento semelhante ao ocorrido em diversas outras regiões do país pela derrota do então presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha à reeleição.

“Durante as investigações, foram obtidos que, dentre os manifestantes, havia um grupo organizado com divisão e distribuição de competências para o financiamento, execução e incentivo de ideias que defendiam a ilegitimidade do resultado eleitoral e a prática de crimes que visavam impedir a posse do presidente eleito, bem como criar as Forças Armadas para abolir o Estado Democrático de Direito”, disse a PF em nota sobre a operação.

A autoridade não informou, no entanto, se este grupo investigado tem ligação com os atos de 8 de janeiro de 2023, que também ocorreu em protesto contra a posse de Lula na presidência.

Um dia depois da divulgação do resultado da eleição de Lula à presidência, o país chegou a ter 338 pontos de bloqueios de manifestantes nas rodovias em todas as regiões. Naquele mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou – em decisão monocrática e atendendo a um pedido da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) – que as polícias militares dos estados tomassem ações imediatas para a liberação das estradas.

“Que sejam tomadas imediatamente, pela Polícia Rodoviária Federal e pelas respectivas polícias militares estaduais – no âmbito de suas atribuições –, todas as medidas possíveis e suficientes, os delegados das autoridades executivas federais e dos poderes executivos estaduais, para a desobstrução imediata de todas as vias públicas que, ilicitamente, pertencem ao seu trânsito interrompido”, disse Moraes na época.

A decisão do magistrado foi levada ao plenário virtual da Corte e referendada por unanimidade pelos demais ministros, que seguiram o voto dele contra os manifestantes. “O quadro fático revela com nitidez um cenário em que o abuso e desvirtuamento ilícito e a violência no exercício do direito constitucional de reunião vem acarretando efeito desproporcional e intolerável sobre todo o restante da sociedade”, afirmou.

Na, Moraes ainda determinou uma multa de R$ 100 mil por hora para que o então diretor da PRF, Silvinei Vasques, cumprisse a decisão. A decisão incluiu também a possibilidade de afastamento da carga em caso de descumprimento.

Dias depois dos primeiros bloqueios, o então presidente Bolsonaro publicou um vídeo nas redes sociais pedindo para que os manifestantes desobstruíssem as rodovias, afirmando que os atos não respeitam o direito de ir e vir das pessoas e também atrapalham a economia.

“Quero fazer um apelo a vocês: desobstruíram as rodovias. Isso não faz parte, no meu sentido, essas manifestações religiosas. Não vamos perder, nós, aqui, essa nossa legitimidade. Outras manifestações que vocês estão fazendo pelo Brasil todo, em praças, fazem parte, repito, do jogo democrático. Fiquem à vontade” disse.



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