sábado, outubro 5, 2024
InícioPOLITICAAlíquota do IVA pode disparar para 28% e ser a maior do...

Alíquota do IVA pode disparar para 28% e ser a maior do mundo



A alíquota-padrão do IVA, o Imposto sobre Valor Agregado que será criado pela reforma tributária, pode disparar dos atuais 26,5% para 28% e se tornar a maior do mundo segundo estimativas de mercado. Cálculos a que o jornal O Globo teve acesso e um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o táxon será maior entre os países que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), também conhecido como “clube dos ricos”.

Este aumento se dá por conta da lista de itens que serão liberados ou redução do percentual cobrado aprovado pela Câmara dos Deputados no começo de julho, e que agora está sendo discutido pelo Senado. Os senadores vêm promovendo audiências públicas para tratar da regulamentação da reforma tributária, visto com “problemas seríssimos” por alguns deles.

UM Gazeta do Povo O Ministério da Fazenda chegou a comentar a nova estimativa e foi informado de que a pasta “não irá falar sobre o assunto até a divulgação da estimativa de impacto das mudanças feitas pela Câmara”.

Segundo apurou o jornal O Globo com pessoas ligadas à equipe econômica, o ministério está fechando os cálculos que devem ser divulgados junto com a tramitação do texto pelo Senado. Se a estimativa for confirmada, a alíquota-padrão brasileira será maior até a mesma da Hungria, atualmente em 27%.

Entre os itens que mais pesaram no aumento dos impostos foi a inclusão da carne entre os alimentos da cesta básica isentos da tributação. Também houve a ampliação da alíquota reduzida de 60% para todos os medicamentos e o aumento do benefício tributário ao mercado imobiliário.

A CNI já afirmou quando a regulamentação foi aprovada pela Câmara que uma alíquota-padrão subiria de 26,5%, como inicialmente estimado pelo governo federal, para aproximadamente 28%. Ricardo Alban, presidente da entidade, indicou na época que “mesmo que seja meritório a intenção do dispositivo introduzido no texto aprovado, a medida pode não ser efetiva para conter o aumento da alíquota”, em referência a um limitador aprovado na proposta.

“Isso devido à ampliação das discussões já realizadas e a dificuldade política de, futuramente, aprovar projeto de lei complementar que retira bens e serviços das listas de propostas”, ressaltou.

Para a confederação, a ampliação das listas, inclusive aquelas em que não se aplica o regime geral de débito e crédito do IVA, “mantém um sério problema do sistema atual: a dificuldade de classificação fiscal dos bens e serviços, que representa fonte relevante de litigiosidade, indo na contramão do que se pretende com a reforma tributária”.

A CNI aponta, ainda, que outro ponto negativo resultante da ampliação das abordagens são as distorções econômicas, sobretudo porque as abordagens comprometem a neutralidade do sistema tributário e, consequentemente, tornam menos eficiente a alocação dos recursos produtivos.

“Temos que ser mais justos para ter a menor alíquota possível. Vai ser o exercício do possível, e não do inconveniente. O estranho seria 20%, 19%. Mas vamos fazer o possível”, disse recentemente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que defendeu também que a votação fique para depois das eleições municipais.

Já o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou o aumento da alíquota e afirmou que “não tem condições, temos que tentar reduzir”. “Alguns setores que estão sendo beneficiados, vamos ter que olhar aí”, completou.



GAZETA

ARTIGOS RELACIONADOS
- Advertisment -

Mais popular