domingo, outubro 6, 2024
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Dino define novas medidas para transparência de emendas



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou nesta sexta-feira (23) novas medidas para garantir a transparência na execução das emendas parlamentares. Dino afirmou que espera o cumprimento efetivo da decisão antes de liberar a retomada dos pagamentos.

Nesta semana, os Três Poderes chegaram a um acordo sobre as regras permitidas para tornar esses repasses rastreáveis. A nova decisão de Dino foi proferida no âmbito da Arguição de Descumprimento Fundamental (ADPF) 854, apresentada pelo Psol, que questiona o chamado “orçamento secreto”.

No documento, o ministro disse que a solicitação da Secretaria de Relações Institucionais do Poder Executivo para a retomada das execuções das emendas da comissão (RP8) e do relator (RP9) será comprovada após as manifestações das partes sobre o cumprimento de suas determinações.

Nesta quinta (22), a subcomissão do Supremo que analisa as emendas parlamentares apresentou um relatório técnico com sugestões para ampliar o rastreamento e a transparência na execução das emendas de comissão e de relator. Dino considerou o parecer para definir as medidas.

CGU deve melhorar o portal de transparência

O ministro deu prazo de 30 dias para que a Controladoria-Geral da União (CGU) apresentasse uma proposta de reestruturação do Portal da Transparência. A partir de agora, o portal deverá mostrar, de forma simplificada, as informações relacionadas às emendas de comissão (RP8) e às emendas de relator (RP9).

Após apresentar uma proposta, a CGU terá 90 dias para colocar em prática as mudanças. Em dezembro de 2022, o Supremo analisou a ADPF 854 e declarou inconstitucionais as emendas de relator (RP9), também conhecida como “orçamento secreto”.

Os ministérios deverão adotar os códigos usados ​​pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para identificar repasses vindos de emendas de relator (Código 3140) e de comissão (Código 3130) a partir de 2025. Caso a ordem seja descumprida, a execução dos recursos pode ser suspenso.

Repasses fundo a fundo

As transferências de fundo a fundo deverão ser realizadas por meio do sistema utilizado pela União, o Transferegov.br. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) tem 30 dias para propor um plano de ação para dar transparência a esses repasses.

As emendas fundo a fundo são o repasse de recursos do governo federal para fundos do estado, municipal e do Distrito Federal, sem a necessidade de convênios ou contrapartidas. O MGI terá 180 dias para executar o plano de ação “com pleno atendimento aos requisitos de transparência e rastreabilidade”.

Além disso, Dino decidiu que os valores enviados por emendas ao fundo deverão ser depositados em contas-correntes bancárias específicas, individualizadas por transferência e por emenda parlamentar.

“Esta ordem, neste momento, tem efeitos ex nunc [não retroativo]incidindo sobre repasses futuros ou já decididos e ainda em execução”, afirmou o ministro. Ou seja, a ordem vale para repasses novos e também para os que ainda não foram concluídos.

Regras mais rígidas para ONGs

Dino suportou as regras para o uso das emendas parlamentares por organizações não governamentais (ONGs) e organizações da sociedade civil. As ONGs só terão acesso às emendas se utilizarem sistemas condicionados ao Transfere.gov.

O acesso ao dinheiro público por essas entidades deverá ser feito pelos sistemas de licitação integrados ao Transferegov.br, assim como as cotações eletrônicas. O sistema do governo envia notificação a todos os fornecedores do Sicaf (Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores).

As entidades deverão “usar os sistemas de licitação integrados ao Transferegov.br; ou realizar cotações eletrônicas diretamente no Transferegov.br, que envia notificação a todos os
fornecedores do SICAF [Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores]”.

Impasse sobre emendas

Neste mês, Dino restringiu o pagamento de “emendas pix” e suspendeu todas as emendas impositivas, até que o Congresso defina regras para dar transparência a essas transferências.

Os parlamentares consideraram as decisões como uma frente à prerrogativa do Legislativo para decidir sobre o tema. Os Três Poderes anunciaram, nesta terça (20), um acordo que prevê novos critérios para os repasses.



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