A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (23), o terceiro mandado de prisão emitido durante a Operação Gold Digger, desencadeada na última quarta (21) contra um grupo suspeito de invadir o sistema de pagamentos do governo federal – o Siafi – entre os meses de março e abril deste ano.
A prisão ocorreu em Vitória da Conquista, na Bahia, e as primeiras informações apontam que o alvo é dono de uma empresa que emite certificados digitais. Os nomes dos três presos não foram divulgados pela PF.
De acordo com as investigações, o grupo teria desviado aproximadamente R$ 15 milhões após acessos indevidos ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). “Tendo ainda a detecção de tentativa de desvio de mais de R$ 50 milhões”, completou a PF.
As outras duas prisões ocorreram na quarta (21) em Belo Horizonte e no estado do Rio de Janeiro, segundo informou a PF à Gazeta do Povo. Foram cumpridos, ainda, 22 mandatos de busca e apreensão nos dois estados e também na Bahia, São Paulo e Distrito Federal.
As investigações apontam que o grupo utilizou técnicas avançadas de invasão cibernética, incluindo o envio de mensagens de SMS com links fraudulentos (técnica conhecida como phishing) e emissão fraudulenta de certificados digitais para obter acesso a contas e autorizar pagamentos indevidos.
“Além disso, para poder receber os valores desviados, o grupo criminoso também se utilizou de contas de intermediários, conhecidos como ‘laranjas’, que foram posteriormente ocultados através de instituições de pagamento e exchanges, empresas que atuam como corretoras de criptoativos”, apontou uma autoridade.
Segundo a PF, os investigados poderão responder por crimes de invasão de informática, ainda mais avançados por meio de fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
“A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a proteção do patrimônio público e o combate aos crimes cibernéticos, mantendo-se dedicado à identificação de todos os envolvidos e à recuperação dos valores desviados. As investigações continuarão até a completa desarticulação da organização criminosa e a responsabilização de seus integrantes”, completou a autoridade.