domingo, outubro 6, 2024
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Planalto omite detalhes da reforma do gabinete de Janja



A Casa Civil da Presidência da República informou à Gazeta do Povo que as reformas realizadas no terceiro andar do Palácio do Planalto, em julho, para ampliar o gabinete pessoal da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, foram meros “rearranjos de rotina” e não implicaram em despesas extras. Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o jornal exige do Executivo detalhes sobre as modificações realizadas nos espaços financeiros e os valores financeiros envolvidos nelas, com materiais e mão de obra. Essas perguntas da consulta não foram respondidas.

Sobre o pedido de informações planejadas sobre os gastos com reformas e adaptações externas à ampliação do gabinete de Janja, incluindo serviços contratados de terceiros e decoração, a Secretaria de Administração da Presidência da República afirmou apenas que essas atividades são desenvolvidas pela equipe técnica e, por isso, não envolve custos adicionais.

“Somente nos últimos três meses foram realizados procedimentos de natureza em locais variados, como no subsolo do Palácio do Planalto, em diversos setores do terceiro andar do prédio principal e nos anexos”, sublinhou.

Informações publicadas pela Folha de S. Paulo informando a redução de espaços em importantes salas de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vizinhos do gabinete presidencial, para atender à demanda de melhorias feitas pela primeira-dama. O conselheiro internacional Celso Amorim, o “chanceler de fato”, teria sido deslocado e Fernando Igreja, chefe do cerimonial da Presidência, além de Clara Ant, assessora especial, tiveram de ceder espaços.

A Casa Civil, contudo, tratou o tema como algo corriqueiro. “Rotineiramente, a Presidência da República realiza alterações de layout em diversas áreas de trabalho, tanto no prédio principal como nos anexos. Isso é para promover a readequação dos espaços financeiros, garantindo melhor atendimento das demandas operacionais e administrativas dos respectivos setores e adequada acomodação dos servidores”, disse o órgão.

Outras reformas pedidas por Janja

Matéria da Gazeta do Povo Mostrou que Janja também esteve envolvido na supervisão e decisão sobre reformas e aquisições para as residências oficiais, como o Palácio da Alvorada, exercendo influência direta nas escolhas e nos processos de modernização desses espaços. Suas escolhas chamaram a atenção pelo elevado preço dos itens.

Janja pediu ainda a recuperação da Praça dos Três Poderes em razão dos danos causados ​​pelos protestos de 8 de Janeiro. A demanda dela foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as obras foram suspensas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), atendendo a recurso de empresa derrotada na licitação tocada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).

Discussão sobre compra de avião

Após informações de bastidores trazidas pela imprensa, soube-se que Janja desempenhou um papel significativo nas discussões sobre a aquisição de um novo avião presidencial, em 2023, demonstrando sua participação ativa em decisões logísticas e de infraestrutura do governo. A nova aeronave, estimada em R$ 400 milhões, substituiria o Airbus A319-ACJ. Atendendo à exigência do casal presidencial, a Força Aérea Brasileira encontrou um Airbus A330-200 registrado em nome de uma empresa com sede na Suíça para substituir o chamado Aerolula, adquirido em 2004, por US$ 56,7 milhões.

Um grupo de deputados da oposição chegou a apresentar uma ação na justiça para barrar a compra do novo “Aerolula”, alegando que isso representaria um “gravíssimo dano ao erário público, desvio de específica e afronta ao princípio da moralidade”. A repercussão negativa da notícia fez Lula desistir da compra em setembro de 2023.



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