domingo, outubro 6, 2024
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Polícia Federal vai investigar queimadas em São Paulo



O governo federal acionou a Polícia Federal (PF) para abrir uma investigação sobre a possível origem criminosa das queimadas no estado de São Paulo. A informação foi divulgada neste domingo (25) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que esteve na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília.

Há a suspeita de uma ação semelhante ao “dia do fogo”, que faz referência ao dia 10 de agosto de 2019, quando 470 propriedades rurais foram incendiadas. “Há uma forte suspeita de que está acontecendo de novo”, afirmou a ministra. “Esse momento é uma verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade”, acrescentou.

Em São Paulo, duas pessoas foram presas suspeitas de atuarem em incêndios criminosos. Segundo o governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um deles foi preso na região de São José do Rio Preto no sábado (24). O segundo foi detido neste domingo (25), após denúncia anônima. Trata-se de um mecânico de 42 anos, flagrado pela Polícia Militar enquanto ateava fogo em uma mata próxima à região central de Batatais.

Só neste ano, foram contabilizados 5.278 focos de incêndio no estado, o maior número registrado desde 1998. Diante disso, o governador de São Paulo determinou a instalação de um Gabinete de Crise Emergencial para gerenciar as ações de monitoramento e auxiliar no controle de incêndios. Uma aeronave modelo KC-390 Millenium, da Força Aérea Brasileira (FAB), chegou a Ribeirão Preto por volta da meia-noite deste domingo.

Entre quinta e sexta-feira, ocorreram 2,3 mil queimadas no estado, superando os índices da Amazônia Legal. Os dados são do Programa de BDQueimadas, do Inpe, que permite análises espaciais e temporais de focos de queimadas detectados por imagens de satélites.

Na última quinta-feira (22), um incêndio de grande extensão atingiu uma vegetação no município de Sertãozinho, em Ribeirão Preto. A cidade foi uma das mais afetadas, com picos de energia elétrica e sem abastecimento de água, e alta demanda nos serviços de saúde. Apenas na noite de sábado, 14 focos atuaram ativamente na região.

Em nota, o governo de SP também confirmou a morte de dois funcionários de uma usina em Urupês enquanto tentavam combater um incêndio.

A Defesa Civil do estado emitiu alerta máximo em 34 cidades:

  • Alumínio
  • Árealva
  • Águas da Prata
  • Altinópolis
  • Bernardino de Campos
  • Bananal
  • Bebedouro
  • Boa Esperança do Sul
  • Brodowski
  • Coronel Macedo
  • Dourado
  • Iacanga
  • Ibitinga
  • Itápolis
  • Itirapina
  • Jaú
  • Lucélia
  • Luís Antônio
  • Morro Agudo
  • Monte Alegre do Sul
  • Monte Azul Paulista
  • Nova Granada
  • Paulo de Faria
  • Pedregoso
  • Pradópolis
  • Piracicaba
  • Pirapora do Bom Jesus
  • Pitangueiras
  • Pompéia
  • Pontal
  • Presidente Epitácio
  • Sabino
  • Salmourão
  • Santo Antônio da Alegria
  • Santo Antônio do Aracanguá
  • São Bernardo do Campo
  • São Simão
  • Sertãozinho
  • Taquarituba
  • Tabatinga
  • Tambaú
  • Torrinha
  • Turiúba
  • Ubarana
  • Urupês

Névoa densa

Segundo a análise meteorológica do aplicado Ventosohá uma mancha de monóxido de carbono (CO) que cobre uma área do país, indo do Norte ao Sudeste, passando pelo Centro-Oeste. Além de São Paulo, uma névoa densa atingiu Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, que enfrentou estimativa há mais de 100 dias. O tempo nublado não é sinal de evolução.

O Inmet emitiu alerta laranja para o Distrito Federal. O aviso significa que a umidade relativa do ar pode variar entre 20% e 12% e há risco de incêndios florestais e à saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.

Em Goiânia, o aeroporto opera com restrições de pouso. Os voos da Oito foram cancelados devido à baixa visibilidade.

Na capital mineira são mais de 128 dias sem chuvas, o maior intervalo de seca dos últimos 61 anos. Neste ano, não há registro de chuvas significativas (com volume superior a 1 milímetro) desde 18 de abril.

Recomendações

O governo de São Paulo alertou que há riscos de incêndios potencializados por rajadas de ventos, atingindo grandes áreas de vegetação natural, além de emitirem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares.

O Ministério da Saúde divulgou neste domingo (25) as seguintes recomendações para a população:

• Aumentar a ingestão de água e líquidos ajuda a manter as membranas respiratórias úmidas e, assim, mais protegidas;

• Reduzir ao máximo o tempo de exposição, recomendando-se que se mantenha dentro de casa, em local ventilado, com ar condicionado ou purificadores de ar;

• As portas e as janelas devem permanecer fechadas durante os horários com concentrações elevadas de partículas, para reduzir a penetração da poluição externa;

• Evitar atividades físicas em horários de concentrações elevadas de partículas do ar, e entre 12h e 16h, quando as concentrações de ozônio são mais elevadas;

• O uso de máscaras do tipo “cirúrgica”, panos, lenços ou bandanas pode reduzir a exposição a partículas grossas, especialmente para populações que residem próximas à fonte de emissão (focos de queimadas) e, portanto, melhoram o desconforto das vias aéreas superiores. Enquanto o uso de máscaras de modelos respiratórios tipo N95, PFF2 ou P100 são adequados para reduzir a inalação de partículas finas para toda a população;

• Crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60 anos e gestantes devem redobrar a atenção para as recomendações descritas acima para a população em geral. Além disso, você deve estar atento a sintomas de infecções ou outras ocorrências de saúde e procurar atendimento médico o mais rápido possível.

Pessoas com problemas cardíacos, infecções, imunológicas, entre outros, devem:

• Buscar atendimento médico para atualizar seu plano de tratamento;

• Manter medicamentos e itens prescritos pelo médico profissional disponível para o caso de crises agudas;

• Buscar atendimento médico na ocorrência de sintomas de crises.

• Avaliar a necessidade e segurança de sair temporariamente da área impactada pela sazonalidade das queimadas.



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