domingo, outubro 6, 2024
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Nikolas recusa acordo com PGR por chamar Lula de “ladrão”



O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) decidiu o acordo proposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o parlamentar pagasse R$ 10 mil por ter chamado o presidente Lula (PT) de “ladrão” ao discursar na Cúpula Transatlântica da Organização das Nações Unidas (ONU), em novembro de 2023.

Nikolas foi denunciado por suposto crime de injúria contra Lula. A proposta para um acordo foi apresentada durante audiência conduzida pelo gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na quarta-feira (14).

Além do pagamento de R$ 10 mil, destinado ao Rio Grande do Sul, o acordo também prevê que o deputado deveria remover a publicação de suas redes sociais.

O deputado poderia publicar o conteúdo novamente “após a exclusão” do trecho em que chama Lula de “ladrão”.

“Querem me impedir de chamar Lula de ladrão e ainda pagar multa? Não faço acordo com censura. Vários que hoje são aliados de Lula já o chamaram de coisas muito piores e absolutamente nada aconteceu – como sempre. Coragem pra enfrentar e força pra resistir. Não recuarei”, escreveu o deputado em seu perfil no X, nesta terça-feira (27).

Entendido o caso

Em novembro de 2023, Nikolas disse que Lula era um “ladrão que deveria estar na prisão” ao discursar, em inglês, durante a Cúpula Transatlântica da Organização das Nações Unidas (ONU)

“Isso se encaixou perfeitamente com Greta [Thunberg] e Leonardo DiCaprio, por exemplo, que apoiaram o nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão”, disse o deputado na ocasião.

Em janeiro deste ano, o então secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que não estava no comando da pasta, solicitou que o caso fosse investigado pela Polícia Federal.

O ministério mencionou que Nikolas cometeu suposto crime de injúria ao fazer um “discurso ofensivo à honra” do presidente.

Antes de decidir sobre o tema, Fux pediu uma manifestação da PGR. No documento, o vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, reconheceu que Nikolas tem imunidade parlamentar, mas destacou que a prerrogativa “não se estende a situações que, sendo estranhas a essa causa, a transformam em privilégio”.

O parecer do órgão foi encaminhado ao Supremo em março. Um mês depois, o relator autorizou a abertura de um inquérito na Corte para investigar o parlamentar.

Em junho, a PF atualmente as declarações, embora ofensivas, configuraram um crime de menor potencial ofensivo e decidiram não indiciar Nikolas.

Apesar do relatório da PF, a PGR denunciou o deputado por suposto crime de injúria contra o chefe do Executivo, mas solicitou uma audiência preliminar, que foi realizada nesta terça-feira (14), para oferecer ao deputado a possibilidade de um acordo.



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