sábado, outubro 5, 2024
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Bolsonaro questiona investigação de facada e cita ação de hacker



Na semana em que a tentativa de assassinato contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completou seis anos, o ex-mandatário apresentou uma nova suspeita sobre a autoria do atentado. Nesta quarta-feira (4), Bolsonaro disse em uma entrevista à Rádio AuriVerde Brasil que a investigação sobre a facada que ocorreu em 2018 pode ter deixado de lado uma suposta ação de espionagem feita por um hacker. Dados obtidos por ele podem ter abastecido o esfaqueador, Adélio Bispo, com informações sobre locais em que Bolsonaro e seu filho, Carlos Bolsonaro, fizeram campanha naquele ano.

Após anos de investigação, a Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo agia sozinho. As informações citadas por Bolsonaro foram apresentadas anteriormente pelo alegado hacker à mesma rádio, mas sem provas de materiais.

Bolsonaro afirmou que informações levantadas por esse hacker podem ter levado o executor do atentado, Adélio Bispo, que viajava para Santa Catarina, onde cometeria um atentado contra Carlos Bolsonaro para desestabilizar sua campanha. Esse atentado não aconteceu.

UM Gazeta do Povo Compete à Polícia Federal para comentar a suspeita e aguardar o retorno.

O atentado, disse Bolsonaro, ocorreria em um clube de tiro em São José, na Grande Florianópolis, no dia 5 de julho de 2018, e que ninguém sabia onde Carlos praticava tiro, apenas pessoas próximas – “o que a gente não desconfia de ninguém neste momento” – ou se a informação vazou pelo hacker.

“Se ele tivesse atingido o objetivo de assassinar o Carlos, talvez me tirasse da corrida presidencial. Naquele momento, em julho de 2018, eu já estava muito bem, vinha num crescimento da campanha”, afirmou o ex-presidente na entrevista. Essa não é a primeira vez que Bolsonaro questiona uma investigação policial que concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho.

Ainda de acordo com Bolsonaro, Carlos seria vítima deste atentado talvez por uma dificuldade de atingi-lo, por conta da proporção que a campanha daquele ano estava tomando. “Certamente nós fomos hackeados, já que ele (hacker) diz que investigou eu, meus filhos e o próprio Adélio, então alguém passou essa informação para o Adélio e ele foi pra lá”, emendou.

Bolsonaro afirmou que Adélio “estava desempregado” e “era um pobre coitado” que andava pelo Brasil. Assim, Bolsonaro afirmou a suspeita de que alguém pode ter pago para viajar para Santa Catarina e Juiz de Fora, inclusive arcando com os custos dos locais em que se hospedou.

“No dia seguinte ao atentado, 7 de setembro, […] Quatro advogados aparecem em Juiz de Fora, um com um avião particular que estava preocupado com a vida de Adélio. Eu nunca vi alguém fazer isso”, disse ressaltando que este advogado foi alvo, depois, de mandatos de busca e apreensão de um carro de luxo, um avião e dinheiro em espécie.

Bolsonaro citou uma entrevista do suposto hacker à Rádio AuriVerde Brasil afirmando que teria recebimento de pagamentos de um “político conhecido” de São Paulo. O nome do político não foi mencionado.

Ou seja, a suspeita levantada na entrevista é que alguém teria contratado o hacker para espionar tanto Bolsonaro quando Adélio Bispo- hipóteses que apontavam para a existência de um mandante do crime, que teria investigado Bolsonaro e também cooptado Adélio Bispo.

“Tudo isso corrobora que, realmente, tem um fundo de verdade pra ser investigado nessa linha dele, de um político de São Paulo que seria o mandante”, apontou o ex-presidente.

O ex-presidente questionou a autorização da Polícia Federal na investigação do caso e afirmou que o secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, abriu uma apuração sobre o caso. UM Gazeta do Povo também procurou a secretaria para comentar a afirmação de Bolsonaro e aguardar o retorno.

A Polícia Federal afirma que o esfaqueador agiu sozinho. Também não há evidências concretas de que as denúncias do hacker sejam verdadeiras, pois nenhum material provado foi apresentado. O hacker havia alegado na rádio anteriormente que não levou informações às autoridades por medo de represália.



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