sábado, outubro 5, 2024
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Parlamentares brasileiros pressionam por protesto contra Moraes



Parlamentares da oposição no Brasil intensificaram esforços esta semana para reunir o público para uma manifestação no sábado, 7 de setembro (Dia da Independência do Brasil), na Avenida Paulista, em São Paulo. O protesto tem como objetivo pressionar pelo impeachment do Ministro do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes.

O chamado mais recente ocorreu na quarta-feira (04), quando lideranças da oposição também divulgaram um manifesto contra as decisões de Moraes, principalmente aquelas relacionadas ao Inquérito 4781, conhecido popularmente como “inquérito das fake news”.

“Convocamos todos os brasileiros a se juntarem a um protesto pacífico no dia 7 de setembro na Avenida Paulista para exigir a restauração da ordem democrática. Estamos defendendo a rejeição imediata das investigações que se arrastam há mais de cinco anos, a restauração da liberdade de expressão e imprensa, anistia para dissidentes políticos e a instauração de um inquérito parlamentar sobre abuso de autoridade na Câmara dos Deputados”, declararam os parlamentares.

A campanha nacional para afastar Moraes ganhou força na última sexta-feira (30), quando a Justiça determinou a suspensão do X (antigo Twitter), afetando mais de 20 milhões de usuários no Brasil e gerando polêmica internacional.

Com as eleições municipais tomando a maior parte da atenção dos legisladores, a oposição está contando com protestos de rua para criar um ambiente político propício ao impeachment de Moraes. Ele é acusado de abuso de poder e outros crimes de responsabilidade sob a lei brasileira.

Na preparação para o protesto do Dia da Independência, membros da oposição têm usado discursos no Congresso, mídias sociais e reuniões políticas para enfatizar a importância de uma manifestação em larga escala, que eles esperam que reforce o esforço de impeachment, liderado pelo senador Eduardo Girão.

Além disso, os legisladores estão trabalhando para promover uma petição sobre mudança.org pedindo o impeachment de Moraes, visando aumentar a pressão sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Pacheco se opôs publicamente ao processo e é visto como um obstáculo fundamental para seu avanço. A crescente frustração com o alinhamento de Pacheco com Moraes e o governo Lula é evidente nas declarações da oposição.

O abaixo-assinado pedindo o impeachment de Moraes ultrapassou 1,3 milhão de assinaturas até a tarde desta quarta-feira (04). O senador Eduardo Girão anunciou que a meta foi elevada de 1,5 milhão para 2 milhões de assinaturas antes do ato na Avenida Paulista. “Essa manifestação da vontade popular é crucial neste momento”, enfatizou Girão. Enquanto isso, líderes da oposição buscam formas de bloquear votações no Congresso para levar adiante o pedido de impeachment no Senado.

Manifesto Contra as Decisões de Moraes

No manifesto divulgado na quarta-feira, os parlamentares argumentam que o inquérito das fake news violou os “princípios do devido processo legal, da contenção judicial e da jurisdição natural”. Eles também alegam que as decisões de Moraes, descritas como “arbitrárias e autoritárias”, ameaçam “a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e até mesmo a inviolabilidade dos mandatos legislativos, que são protegidos pela imunidade em suas opiniões”.

“Desde o início, este inquérito foi considerado inconstitucional pela Procuradoria-Geral da República, pois ignora princípios fundamentais e carece de fato específico ou alvo de investigação determinado, violando o sistema acusatório e as garantias constitucionais. Apesar da posição da Procuradoria-Geral da República, o inquérito se arrasta há mais de cinco anos sem uma conclusão clara, com decisões sigilosas e uma proliferação de investigações correlatas que contaminam a democracia brasileira”, afirma o manifesto.

Os legisladores argumentam que as recentes revelações do jornal Folha de S. Paulocom base em mensagens vazadas de ex-assessores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF, confirmaram suas preocupações. Segundo eles, as mensagens mostram que “o ministro montou uma estrutura voltada para produzir relatórios contra alvos pré-determinados, respaldando decisões pré-concebidas para impor multas e restringir direitos a cidadãos e veículos de comunicação contrários à atual gestão”.

Folha de S. Paulo revelaram mensagens mostrando uma intenção deliberada, motivada por motivos políticos, de escalar ações contra a plataforma X, levando à sua suspensão e ameaçando mais de 200 milhões de cidadãos, a maioria dos quais não estavam envolvidos, com censura e multas. Os legisladores descrevem isso como uma “demonstração inaceitável de força e censura em massa”, combinada com ações injustificadas contra empresas e indivíduos.

Senadores e deputados da oposição também criticaram o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pela omissão na investigação de supostos abusos e pelo “indeferimento sumário de denúncias disciplinares” pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

À luz desses acontecimentos, os parlamentares da oposição estão pedindo ao Senado que tome medidas, afirmando que esse é o “único caminho institucional para buscar justiça”. No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não demonstrou interesse em prosseguir com os pedidos de impeachment, rejeitando-os no mês passado como pouco mais do que manobras para chamar atenção nas mídias sociais.

Petição e Obstrução Legislativa

Durante entrevista coletiva na quarta-feira, o líder da oposição no Senado, Marcos Rogério, enfatizou que o manifesto representa uma “posição firme e clara em defesa da democracia”. Segundo Rogério, o foco imediato é reunir mais assinaturas para o pedido de impeachment contra o ministro Moraes, que atualmente conta com mais de 1,3 milhão de apoiadores.

“Qualquer obstrução legislativa só ocorrerá após o pedido de impeachment ser submetido — em defesa da nossa liberdade. Estamos vivendo um tempo de censura, e quando você fecha uma plataforma de mídia social, isso é contenção prévia, e é exatamente isso que estamos vendo no Brasil”, afirmou Rogério.

A oposição confirmou que o pedido de impeachment será entregue ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na tarde desta segunda-feira (9/9).

A líder da oposição Bia Kicis anunciou que os parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados já estão se preparando para a obstrução legislativa e priorizarão uma série de demandas, incluindo o fim do que ela descreveu como “censura flagrante”.

“Vamos obstruir os procedimentos na Câmara e nos unir pela anistia de dissidentes políticos e pelo fim da censura no Brasil. O plano é bloquear tudo até que tenhamos nossas prioridades atendidas e até que o impeachment de Moraes seja admitido”, declarou Kicis.

Kicis também criticou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por não ter avançado com pedidos de impeachment contra juízes do Supremo Tribunal Federal. “Ele [Pacheco] agiu como facilitador das ações irresponsáveis ​​e tirânicas de Moraes”, disse ela.



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